quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Cigana Lua


Minha alma é cigana,

não pode amar,

e ama...

Sente o futuro,

lê no escuro,

foge, pula muros...

Alma em luaz,

seduz com olhar,

entende da sorte,

e do destino,

mas é só desatino...

Cigana de encantos,

magia e sotilégio,

privilégio é entender

as cartas, os corpos

e os desejos...

Beijo a vida,

sou atrevida,

sorriom conquisto,

resisto, insisto...

Acredite se quiser...

Sou perfume sou mulher...

Sou cigana, ninguém me engana...

Estenda a sua mão, vejo...

Seu futuro,

seu coração,

Sou cigana...

Agora diga:

quam é você?

( Homenagem a Lua)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Passou agosto


A bruxa que me habita anda bem solta. Dentro de mim. Sua vassoura é minha imaginação. O espaço de acontecimento é limitado. Alguns vôos cegos contra as paredes dos meus limites a faz circular um pouco e esmorecer rapidamente. Cai sorrindo. Sinto o corpo tremendo e fumaça verde saindo pelo ouvido. Que diferença, ser sexta-feira. Que importância nossos sextos-sentidos, se estão em cestas-básicas de fome. Não enchemos nossa barriga que ronca. Enchemos lingüiças da vida, com carne defumada e papelão molhado, é pobre o conteúdo. Não satisfaz. Seguimos famintos pelo caminho.Tem uma inquietação que devora por dentro em pequenas mordidas que parecem cócegas se nos distraímos. E ardem se nos revoltamos. Chove na rua, ventam os uivos gelados do inverno e o vazio traz um frio mórbido, mas refrescante. Apesar de tudo, estou feliz. Me organizando. Há séculos que não tenho um final de semana só pra mim.Que importa, ser dia treze. Qualquer noite de liberdade já é um ano no calendário gregoriano. Vou ficar comigo. Só. Hoje não cabe mais gente nessa redoma repleta com minha própria multidão. Não há desgosto num mês como este que passou. Sinto um gostinho manso do que está por vir e salivo. Já nem lembro o quanto fui em outros tempos. Agosto não é um susto, é um mês marcado pelo encontro certo com nossos demônios que soltam foguetes no salão de festas da nossa inconsciência e nem ouvimos. Não os espantemos, eles são santos, são de casa. Fazem milagres. E, já é setembro!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O olhar por detrás...


Máscaras. Quantas temos? Quantas nos escondem, em cada situação da nossa vida?
Acho que quando as construímos, na maioria das vezes, procuramos embelezá-las, adequá-las da melhor maneira possível ao ambiente onde pontificarão. Tentamos.
Mas, algumas vezes o resultado não é o esperado, ela não se adapta a nossa face, não combina com nosso olhar ou com nossos gestos. A máscara se transforma um disfarce grotesco, uma caricatura…
Outra possibilidade é que, como a que estou usando agora, ela vá se moldando com a face do nosso verdadeiro eu e virando uma mescla endurecida. Até que sentimos não mais poder suportá-la. Das duas uma: ou deixamos que a máscara nos molde ou a estilhaçamos, destruímos e inutilizamos sua função.
Há outros casos de uso de máscaras. Uma delas é quando, em vez de projetá-las belas e sedutoras, a criamos para obscurecer o brilho, usamos para passarmos desapercebido, ficarmos invisíveis em determinados lugares e situações. Aff, qualquer semelhança é mera coincidência, hehehehhehe.
Essas são, em minha opinião, as máscaras mais difíceis de serem concebidas. Resultado do trabalho de exímios artesãos. Por que reproduzir o comum, o usual, hoje, é mais elaborado e complicado do que buscar aquilo que todos almejam e, por isso, poucos alcançam: as máscaras do “olha eu aqui”.
Mas, no caso do desaparecimento voluntário e proposital, uma máscara convincente não é o suficiente para atingir o estado de invisibilidade desejado. Há o olhar. É necessário – e muito difícil – disfarçá-lo, ocultá-lo. Não há máscara para o olhar.
Há sim, um truque clássico: desviá-lo. Nunca encarar. Estar sempre com ele baixo, guardado. Oculto de outros olhares enquanto durar o disfarce.
Se, por acaso, ele for fisgado, capturado, pode ter certeza que a máscara do esquecimento cai por terra e revela, ao caçador, tudo aquilo que a invisibilidade tão zelosamente protege.
E, pode ter certeza, quem caça os que se disfarçam com o manto do esquecimento, da invisibilidade, o faz por uma única razão: sabe que aí tem coisa. Que numa alma escondida, quando descoberta e escancarada, sempre tem coisa!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Tudo é uma questão de percepção




Inconscientemente somos levados a crer que frio significa coisas negativas. Até as temperaturas no inverno são negativas. (dããã)
Ok, vou procurar evitar as piadinhas infâmes aqui ...Mas o frio pode ser bom. O brabo é provar isso.
Somos dois ou três Estados atingidos por frio de verdade, contra toda uma nação tropical que nunca ouviu falar em luva, touca, cuecão e cachecol!
Frio é ausência de calor. Mas peraí, o calor não pode ser a ausência de frio? Não, diriam os físicos. Inclusive para a Física, o frio não existe!
Não existe uma definição de frio, assim como existe uma definição para calor.
O frio é uma sensação.
Viu só, o frio é psicológico!Por falar em sensação, tô começando a me irritar com esse papo de sensação térmica.
Agora é moda falar que a temperatura é de 13 graus, mas a sensação térmica é de menos 40!Ora, por favor, se é uma sensação, não pode ser generalizada.
Cada um sente de uma maneira. Em um casal por exemplo, sempre tem aquele que sente mais frio, que dorme de calça, meia, blusa, casaco, luva e touca, e o homem, que no máximo bota uma camiseta pra dormir, de preferência aquela das eleições de 1982, muito confortável.A sensação térmica é uma percepção e, sendo uma percepção, ela possui diferentes considerações.
Um baiano vai ter uma maior sensação de frio nos dois ou três dias que ele passa em Gramado do que o gaúcho que já está acostumado com o frio a Serra!Então, por favor amigos da previsão do tempo, facilitem as nossas vidas e nos passem apenas a temperatura que o termômetro mostra.
Se tá 13 graus, digam município tal, temperatura 13 graus neste momento, e deixe que cada um tenha a sua sensação térmica.
Sensação térmica é que nem..., que nem..., que nem..., que nem buuuuuchecha, cada um tem a sua.Inverno é bom pra se vestir bem, caprichar naquele casacão de lã, comprado em 10 vezes no carnê, que só vai terminar de pagar em fevereiro do ano que vem, quando os termômetros vão estar na casa dos 40 graus e o casaco vai estar lá no fundo do armário pegando aquele cheirinho bom aff...Bom para sair em dia de chuva e parecer um lutador de esgrima com o guarda-chuva tentando não se molhar por causa da chuva que vem em 300 direções por causa do vento! Sem contar os sem-noção que insistem em dar com a ponta do guarda-chuva bem na tua testa...Inverno é bom pra queimar a língua com aquele chocolate quente que a gente toma num gole só.
Ou quase vomitar com aquele café frio que a térmica insiste em não conservar quente...É bom para estreitar amizade com os atendentes de farmácia.
Sim, já que você vai dar uma passadinha lá, dia sim, dia não, para comprar medicamentos contra gripes, resfriados...
Vou figir pro Rio! Hahahahahahahahahhahahaha

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Um avatar


A cada minuto sou um Diverso,

mutante

Mutatis mutandis

Tenho forma

Um avatar


Sonho diverso

Objeto distinto

Cara de menina

Corpo mulher

Transfigurado?


Pareço estar

Prefiro não ser

Sou o que fui

Já não sou mais


Sonho-perpétuo

Só sei que não sei

Transmuto espaços

Adentro quimeras

Horas e horas

Brincadeiras
Risadas
Carapuças usadas
Lands desfrutadas


Tempos passados

Penso parar

Anos dias

Segundos espreitam

Me fazem mudar.

terça-feira, 27 de julho de 2010

A mulher maravilha, onde???


Sempre tive por perto várias revistas femininas diferentes, com as mais variadas linhas editoriais. A depender da publicação, é claro que toda regra tem sua exceção, muito raramente encontro coisas interessantes nelas. Acabo lendo algumas matérias como que movida por uma curiosidade antropológica, a fim de descobrir qual o grande achado da vez. A decepção é recorrente. Estas revistas não mudam. E explico.
Minha relação com este tipo de publicação começou tardiamente, enquanto as meninas da escola já tinham suas enormes coleções, eu estava comprando a minha primeira. Até gostava, mas não entendia o motivo daquela paixão toda por aquele conjunto de folhas coloridas e cheias de fofuritchas para adolescentes.
Em primeiro lugar, como acontece até hoje, eu não me via naquelas revistas. Meu cabelo não estava lá, minha cor de pele não estava lá, meu nariz não estava lá, minha origem não estava lá. Comecei a entender o motivo de tanta identificação das coleguinhas de classe. O tempo foi passando e eu abandonei as revistas , cansei delas, não me atendia mais. Cresci.
Mudei de foco, de publicação, mas minhas características continuavam a não ser retratadas. Mantive minha postura crítica mas dei uma chance a elas me voltando para as matérias mais consistentes, históricas ou comportamentais. Só que aí também há problemas. Por trás de todo aquele verniz de revista voltada para a mulher moderna, a meu ver, todas elas reforçam o estereótipo da mulher que faz de tudo, mas tudo mesmo, para agradar o homem.
Se não, vejamos. As matérias sobre sexo são o exemplo mais notório. O foco do prazer é o homem. Ali, em várias páginas, a mulher é orientada sobre como ter a melhor performance na cama com seu par. Como fazer um bom sexo oral “para levar seu amor às alturas”, que lingerie usar porque “seu homem vai amar”, como se manter magra “os homens que gostam de gordinhas são exceções”.
No trabalho, no cuidado dos filhos, a linha é a mesma. Nenhuma delas se arvora a incitar a mulher a virar a mesa da tripla, quádrupla ou quíntupla jornada do trabalho – “a mulher hoje tem que equilibrar diversas funções, então já me acostumei com a culpa de ter que ficar menos com os filhos”. O homem é aquele que é chamado a “ajudar” nas tarefas ao invés de ser estimulado a “compartilhar” as atividades. É aquele ser a quem se deve prestar todas as homenagens. Grávida? De mal humor? Cheia de hormônios enlouquecendo o juízo? “Se esforce para não deixar a chama do casamento apagar”.
Então, onde está a modernidade? Que mulher é essa que as revistas querem incutir na mente de todas nós? A super mulher maravilha? A que faz de tudo no trabalho, em casa, na cama, na família, exerce múltiplas funções, mas não pode mesmo esquecer de servir ao maridão que, afinal de contas, é a razão e objetivo de vida de todas as mulheres… Será mesmo?

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A terapia de Isah


Ria! De si mesmo, de situações do cotidiano. Rir é bom. Rir é ótimo.
Pesquisas já revelaram que é mais fácil suportar dores e há melhoras no sistema imunológico após assistir a vídeos engraçados. O mal humor (tensão, irritabilidade e raiva) está comumente associado a riscos de ter pressão alta e até infartos.
Outros experimentos demonstram que conteúdo de humor reduz níveis de cortisol, hormônio relacionado ao stress. Ao contrário do que se imagina, rir não faz aumentar o nível de endorfina no organismo, hormônio ligado ao relaxamento, bem-estar e prazer. Rir poderia estar mais ligado à produção de dopamina, que é responsável pela noção de recompensa no cérebro. Dar risada relaxa grupos musculares e diminui muito a ansiedade.
Aproveite esse começo de semana parar fazer uma terapia de riso, rir bastante e se sentir bem. Vá no embalo de domingo!

Ria de si e de nós!!!

Ria, mas ria tanto até doer a sua barriga!!!!!